No dicionário Aurélio, tatuagem significa a arte de gravar na pele, por meio de pigmentos coloridos, ícones que simbolizam forças da natureza, de doutrinas etc. Excelente definição, mas eu acrescentaria que a tatuagem também pode salvar vidas quando exposta na pele de quem tem alguma doença grave ou autoimune, como o diabetes.
O endocrinologista, diretor e pesquisador do Centro de Diabetes Curitiba (CDC), Dr. André Gustavo Daher Vianna, explica que a tatuagem de identificação de diabetes é uma boa estratégia no caso de uma emergência médica, como uma hipoglicemia, por exemplo, na qual a pessoa pode perder a consciência. Para que ela seja eficaz, é fundamental escolher bem a parte do corpo onde será tatuada. “Os locais mais indicados para fazer a tatuagem de identificação são braço, antebraço e parte superior do corpo, como o peito, pois em uma situação de emergência, em que a pessoa esteja desacordada, por exemplo, os paramédicos poderão visualizar a mensagem também e agir corretamente”, esclareceu o coordenador do Departamento de Educação em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
É muito bom saber disso, pois existem vários mitos envolvendo esta questão. Eu, por exemplo, sempre tive vontade de fazer uma tattoo, mas, além da falta de coragem, cresci ouvindo que pessoas com diabetes não podiam fazer tatuagem porque a cicatrização demorava e havia sérios riscos. Passaram-se mais de 20 anos após o diagnóstico de diabetes tipo 1 para que eu finalmente superasse meus medos e fizesse a minha primeira tattoo. Escolhi tatuar no antebraço, região onde geralmente se coleta o sangue para fazer exames, o desenho de um coração azul (cor do diabetes) com a inscrição: diabetes tipo 1.
Além de escolher bem a região do corpo onde fará o desenho ou a inscrição, avalie com atenção o estúdio de tatuagem e o profissional que fará o serviço. “Fique atento à higiene do local, dos tatuadores e dos instrumentos que serão utilizados”, recomenda Dr. André. Atenção também para quem tem algum tipo de neuropatia diabética ou problemas com cicatrização. Neste caso, o médico orienta que não é aconselhável fazer tatuagem.
Fonte: Revista Momento Diabetes nº 32.
***Texto escrito pela Bianca Fiori, diretora de novos negócios da revista Momento Diabetes, e publicado na edição 32.
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