fbpx

Coloque seu celular no modo retrato

Caroline Naumann A possível missão de contar carboidratos

Quem conta carboidratos não precisa contar a sorte!

| 12/07/2017

A possível missão de contar carboidratos

É de manhã. O despertador toca e você abre os olhos para começar um novo dia. Pega o celular, antes mesmo de sair da cama. Passa o dedo na tela e acessa a página do Facebook. Sua timeline está cheia de gráficos retos, glicemias de jejum perfeitas e hemoglobinas glicadas na faixa da normalidade que outras pessoas publicaram. Então, você resolve que é hora de conferir os seus números. Mede a glicemia e $%&*!, nas alturas novamente! Como aquilo não faz sentido, você lava as mãos e verifica novamente. Checa se está tudo em ordem com o cateter da bomba de infusão, dá aquela conferida na insulina. Quando percebe que está tudo certo e nada disso é a causa do problema, resolve rever a alimentação do dia anterior. Quem nunca, né?

Com tanta coisa boa (e fácil) para contar, foram escolher logo os carboidratos? O objetivo da técnica é possibilitar um plano alimentar individualizado e flexível, favorecendo o controle glicêmico. Como carboidrato é o principal nutriente que eleva os níveis de açúcar no sangue, compensá-lo com insulina ajuda a manter a estabilidade. Eu confesso que tive bastante dificuldade no início do tratamento e, em algumas situações, erro até hoje. Isso porque, além de contar carboidrato, é necessário também considerar o que fazer com aquele número. Mesmo com a ajuda de profissionais, a contagem é um aprendizado constante, que envolve autoconhecimento e muita tentativa e erro!

Preciso dizer que foi nesses momentos que entendi que parte do diabetes pode, sim, ser compartilhada. Além de um momento de pausa nas atribuições do dia a dia, as refeições nos colocam em contato com o próximo. Sentar-se à mesa pode parecer algo banal, mas também pode gerar bons momentos de conversa, aprendizado e de terceirização do diabetes.

Hoje, quem faz a transformação do que significa aquela quantidade de carboidratos em insulina é minha bomba de infusão, e, dependendo da companhia que tenho para a refeição, é ela quem me ajuda a contar os carboidratos. Nem sempre dá certo, mas garanto que pode gerar boas risadas. Experimente!

Caroline Naumann tem 28 anos, 14 deles convivendo com diabetes. Criou o blog Ao Trabalho para superar o diagnóstico, e descobre, a cada dia, um novo jeito de encarar as coisas.

Compartilhe