O Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) de Brasília (DF) realizou no dia 25 de junho a primeira cirurgia metabólica feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil para tratar o diabetes tipo 2.
A cirurgia foi transmitida ao vivo pelo telão do auditório do HRAN para convidados, entre eles o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o secretário de saúde do Distrito Federal, Osnei Okumoto.
Entre os convidados estava também a farmacêutica e conselheira da Momento Diabetes, Mônica Lenzi, que desenvolve um belo trabalho de educação em diabetes por meio da internet e de cursos presenciais. Segundo Mônica, o fato de a cirurgia ser feita pelo SUS viabiliza o acesso para mais pessoas que precisam de atendimento para o controle glicêmico, evitando complicações futuras. “Até o momento, esse procedimento só estava acessível de forma particular e uma cirurgia dessa custa em torno de R$ 30 mil a 40 mil. Sendo disponibilizada pelo SUS, pessoas com poucas condições financeiras também poderão ser beneficiadas”, afirmou a farmacêutica.
Ela enfatizou ainda que é necessário investimento nas áreas de educação dos pacientes e conhecimento científico para que exista conscientização a respeito dos tratamentos e de novas terapias para o diabetes.

Mônica Lenzi posou junto com o médico cirurgião, Renato Teixeira e com o presidente da associação de diabetes do Distrito Federal, Alex Alves e falou sobre a importância do conhecimento científico para que exista conscientização sobre os tratamentos do diabetes
Cirurgia em casos específicos
Segundo informações do G1, cerca de 2,5 mil pessoas aguardam na fila por uma cirurgia para diabetes no Distrito Federal. A paciente que fez a primeira intervenção, pelo SUS, já não respondia ao tratamento clínico contra a doença, segundo os médicos.
O diabetes tipo 2 é bastante diferente do tipo 1, caracterizado por uma doença autoimune. Pessoas com diabetes tipo 2 não nascem com o diabetes, mas desenvolvem a doença. Alguns devido a um processo de resistência à insulina, que inviabiliza a ação do hormônio no organismo e resulta no diabetes. Já outros pacientes têm uma produção insuficiente de insulina para suprir as demandas do corpo. Dessa forma, o açúcar dos alimentos (glicose) acumule no sangue, causando a hiperglicemia.
Em muitos casos, o diabetes de tipo 2 está associado a uma predisposição genética e à obesidade. O método cirúrgico consiste em uma cirurgia bariátrica feita de maneira específica de forma que atenda ao tratamento da diabetes.
“O objetivo da criação desse serviço de cirurgia do diabetes é oferecer uma opção segura e efetiva para o paciente com diabetes tipo 2, não obeso grave, antes que ele venha a morrer ou ter sequelas na inefetividade do tratamento clínico”, declarou o médico cirurgião Renato Teixeira, coordenador do Serviço de Cirurgia do Diabetes do Distrito Federal e responsável por comandar o procedimento no HRAN.
No Brasil, o número de pessoas com diabetes cresceu 61,8% nos últimos dez anos, sendo que a do tipo 2 representa 90% dos casos diagnosticados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de epidemia para a doença, devido ao grande aumento no número de casos diagnosticados. A projeção é de um aumento de cerca de 70% em 15 anos, se nada for feito. Por isso, a própria OMS estabeleceu como prioridade o controle do diabetes tipo 2 , entre outras doenças crônicas.