Dados divulgados pela Federação Internacional de Diabetes mostram que mais de 15 milhões de adultos sofrem da doença no país
Federação Internacional de Diabetes (IDF) divulgou novos números que mostram que 537 milhões de adultos convivem com diabetes em todo o mundo – um aumento de 16% (74 milhões) desde as estimativas anteriores da IDF em 2019. A 10ª Edição do Atlas de Diabetes constatou também que 15,7 milhões de adultos (10,5%) convivem com diabetes no Brasil – ou um em cada dez adultos.
Os gastos com diabetes no Brasil é o terceiro maior do mundo e somam US$ 42,9 bilhões, mas, segundo o Dr. Mark Barone, os resultados não são bons. A maioria dos recursos é destinada ao tratamento das complicações da doença porque o país investe pouco em prevenção e programas educativos.
Além disso, 18 milhões de adultos (11,9%) são pré-diabéticos e possuem alto risco de desenvolver diabetes tipo 2. Esse é um grupo que causa grande preocupação aos especialistas, tanto pelo número elevado de pessoas quanto pela maior propensão a desenvolver diabetes, principalmente com os hábitos adquiridos durante a pandemia.
“Pessoas com fatores de risco como obesidade e histórico de diabetes na família, assim como pessoas com pré-diabetes, devem retornar ao médico e fazer seus exames de check-up o quanto antes”, alerta o Dr. Mark Barone, Vice-Presidente do IDF e fundador do FórumDCNT.
Quase um terço (32%) das pessoas que convivem com diabetes no Brasil não são diagnosticados com a doença. Quando o diabetes não é detectado ou é tratado de forma inadequada, as pessoas correm o risco de sofrer complicações graves e fatais, como ataque cardíaco, derrame, insuficiência renal, cegueira e amputação de membros inferiores. Isso resulta em redução da qualidade de vida e grande sobrecarga para o sistema de saúde, porque são doenças caras e complexas.
“O número de pessoas no Brasil que vivem com diabetes ou têm risco de desenvolver a doença continua sendo um grande desafio para o sistema de saúde e o bem-estar de indivíduos e famílias no país”, afirma o Dr. Mark Barone.
Segundo ele, os formuladores e gestores de saúde precisam fazer mais para prevenir a diabetes e suas complicações no Brasil. Isso significa acesso a tratamentos de qualidade e programas de educação sobre a doença. Por falta de rastreamento adequado, muitos brasileiros somente descobrem que estão com diabetes quando começam a apresentar as complicações.
“Precisamos também de profissionais qualificados e um sistema de saúde equipado. Os formuladores de políticas públicas e tomadores de decisão em saúde devem transformar palavras em ações para implementar políticas e programas eficazes para melhorar a vida das pessoas com diabetes e prevenir a doença naqueles com alto risco de desenvolvê-la”, conclui Barone.
Globalmente, 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2 da doença. O aumento no número de pessoas com diabetes tipo 2 é impulsionado por uma complexa interação de fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais e genéticos.
Os principais incluem a urbanização, o envelhecimento da população, a diminuição dos níveis de atividade física e o aumento dos níveis de excesso de peso e obesidade. A pandemia de Covid-19 intensificou o problema ao amplificar os fatores de risco, como o sedentarismo, ingestão de alimentos processados e falta de controle médico.
As evidências indicam que, em 50% dos casos, o diabetes tipo 2 pode ser evitado. O diagnóstico precoce e o acesso a cuidados adequados para todos os tipos de diabetes pode evitar ou retardar complicações em pessoas que vivem com a doença.
Sobre a Federação Internacional de Diabetes
A Federação Internacional de Diabetes (IDF) é uma organização mãe de mais de 230 associações nacionais de diabetes em 170 países e territórios. Representa os interesses do crescente número de pessoas com diabetes e de risco. A Federação lidera a comunidade global de diabetes desde 1950. www.idf.org