Em janeiro de 2015, Suellen Monique Freire de Oliveira resolveu trocar as belas praias do Rio de Janeiro pelas paisagens maravilhosas da Colômbia. A decisão de morar em Bucaramanga foi movida a paixão: em uma viagem de férias em 2013 ela conheceu o marido Juan Diego Villamizar Escobar, um colombiano que estava estudando mestrado na Argentina.
Mudar de país e de estado civil não foram as únicas novidades naquele ano na vida dessa professora de 31 anos, que leciona Língua e Cultura Brasileira para estrangeiros. “Descobri o diabetes depois de oito meses vivendo na Colômbia. No início, fui diagnosticada com diabetes tipo 2 e tomava comprimidos de metformina em vez de usar insulina. Passei a ser tratada como diabetes tipo 1 somente depois de me consultar com um endocrinologista particular e fazer todos os exames necessários”, relata Suellen.
Segundo ela, o atendimento médico colombiano é bem diferente do Brasil. “Não é um Sistema Único de Saúde (SUS), mas são vários sistemas. Quando você consegue um emprego, escolhe um deles para se afiliar. A empresa paga uma porcentagem e, cada vez que tiver uma consulta ou exame, você paga outra parte”, conta a professora, que explica, ainda, que o valor depende do salário. “Quem não trabalha recebe atendimento gratuito, mas a qualidade é horrível”, opina.
Com receita médica da EPS (Entidade Promotora de Saúde) é possível retirar insulina e insumos, exceto caneta de aplicação, nas farmácias. Porém, Suellen compra os próprios medicamentos, tiras reagentes, lancetas e demais acessórios. A alimentação também tem suas peculiaridades. Os colombianos adoram, por exemplo, colocar abacate na comida – influência da culinária mexicana. O feijão não é preto como no Rio de Janeiro, mas vermelho, sem caldo e agridoce, e não faz parte da refeição diária. “Gosto de comer a bandeja paisa, um prato típico de Medellín, que leva ovo frito, abacate, patacón (bananas verdes fritas), feijão vermelho e banana d’água, além de ajiaco, uma sopa de frango com batata,
e sancocho, um cozido com frango, batata e aipim (mandioca)”, diz.
“Já os doces aqui na Colômbia não são tão bons quanto os do Brasil. São agridoces e nem de longe se comparam ao nosso brigadeiro! Não gosto de quase nenhum, somente o bocadillo, que é parecido com goiabada, o arequipe (doce de leite) e o Cocosette, um biscoito da Nestlé”, completa Suellen, sentindo saudade da culinária brasileira na ponta da língua.
“Em Santander, Estado onde vivo, tem um lugar chamado Cañon de Chicamocha, com um teleférico fantástico. As praias e as muralhas de Cartagena de Índias, na costa do Caribe, também são espetaculares”, afirma Suellen.