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Comportamento Doce Destino

Em Portugal, para onde se mudou depois do casamento, a paulista Carol Fujihara descobriu um novo jeito de viver com diabetes

| 02/08/2017

Doce Destino

Em agosto de 2013, Caroline Steiger Fujihara, na época com 23 anos, não tinha muita ideia de como seria viver em terras portuguesas. Recém-casada e com um diagnóstico também recente de diabetes tipo 1, a jovem de São Paulo ainda estava assimilando as novidades. “Foram muitas mudanças de uma vez só. Eu queria aproveitar cada momento, mas não podia esquecer que tinha uma doença e precisava aprender a lidar com ela”, conta a jovem.

 

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Antes de se mudar, ela fez diversas pesquisas na internet na tentativa de saber como era o tratamento do diabetes em Portugal, porém só encontrou informações superficiais. Quando chegou em Aveiro, cidade onde morou durante três anos, a estudante portava uma receita médica e quantidade suficiente de insulina e insumos para viver na região por pelo menos três meses. Na época ela usava a insulina NPH e seringa, retiradas na rede pública de saúde.

No segundo mês em solo lusitano, Carol resolveu pesquisar novamente sobre como receber do governo português os itens necessários para controlar a glicemia. Logo na primeira consulta teve uma ótima notícia. “A médica que me atendeu ficou surpresa ao ler na receita que eu havia trazido do Brasil a indicação de insulina NPH. Ela me perguntou se eu não preferia as insulinas Lantus e Humalog, mas eu não tinha ideia do que era aquilo”, relata.

A médica, então, explicou que se tratavam de dois tipos de insulina (basal e ultrarrápida, respectivamente) melhores que a NPH e usados em canetas, em vez de seringa. Preocupada com o custo da nova medicação, foi a vez da brasileira ficar surpresa com a resposta da especialista: em Portugal, todo diabético tipo 1 tem direito de receber aquelas insulinas gratuitamente.

Na mesma consulta, Carol ainda conheceu o método de contagem de carboidratos e ganhou um manual. “Foi tudo tão inesperado para mim, que levei um susto, mas um bom susto.” Em Portugal, ela também percebeu uma preocupação do governo em acompanhar as pacientes. Segundo ela, a cada três meses acontecem reuniões de pessoas com diabetes, de acordo com a faixa etária e o tipo da doença. Os grupos são conduzidos por equipes multidisciplinares de saúde, compostas por endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas, entre outros profissionais de saúde. Nesses encontros há atividades físicas, palestras e trocas de experiências. “A preocupação não se limita em dar condições para as pessoas cuidarem do diabetes, mas também em não deixar que as complicações da doença apareçam”, observa a jovem. Boa estratégia, afinal, incentivar a população a adotar um estilo de vida mais saudável previne o surgimento de novos casos de diabetes tipo 2 e reduz os gastos que o próprio governo teria para tratar problemas como insuficiência renal, doenças coronarianas e neuropatias No Brasil, a lei federal n° 11.347, de 2006, prevê o direito de pessoas com diabetes receberem gratuitamente os medicamentos necessários para o tratamento, assim como os materiais básicos para a aplicação e a monitoração da glicemia capilar, como seringas, tiras reagentes e lancetas. Mas os tipos de insulina, de remédios orais e de acessórios são definidos pelo protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS): glibenclamida, metformina, gliclazida e insulinas NPH e Regular. No entanto, os protocolos variam de estado para estado e podem ser diferentes até entre os municípios. Já em Portugal, todas as cidades fornecem os mesmos insumos e insulinas, priorizando as melhores terapias. diabéticas, decorrentes do mau controle glicêmico a longo prazo.

Apesar de Portugal ser mundialmente famosa como o país dos doces, Caroline afirma que a alimentação dos portugueses é muito saudável. “A base da refeição portuguesa é natural. Eles comem bastante peixe, verduras, legumes e frutas e o azeite está sempre presente na mesa. Nunca comi tão bem e saudavelmente como no tempo em que morei lá”, lembra a jovem.

Carol e o marido voltaram para o Brasil no início de 2016. A maior lição que ela aprendeu com nossos compatriotas é que é possível acolher a população e oferecer uma qualidade de saúde digna e eficaz, evitando, assim, gastos futuros em complicações de doenças que poderiam ser evitadas, ora pois.

“A base da refeição portuguesa é natural. Nunca comi tão bem e saudavelmente como no tempo em que morei lá.” 

Diferenças no tratamento entre cá e lá

No Brasil, a lei federal n° 11.347, de 2006, prevê o direito de pessoas com diabetes receberem gratuitamente os medicamentos necessários para o tratamento, assim como os materiais básicos para a aplicação e a monitoração da glicemia capilar, como seringas, tiras reagentes e lancetas. Mas os tipos de insulina, de remédios orais e de acessórios são definidos pelo protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS): glibenclamida, metformina, gliclazida e insulinas NPH e Regular. No entanto, os protocolos variam de estado para estado e podem ser diferentes até entre os municípios. Já em Portugal, todas as cidades fornecem os mesmos insumos e insulinas, priorizando as melhores terapias.

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