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Denise Reis Franco Tempo no alvo: uma nova forma de avaliar o controle do diabetes

Segundo novo entendimento dos especialistas em diabetes, o tempo que a glicemia fica na meta é fundamental para prevenir complicações. Entenda como funciona o Tempo no Alvo ou Time In Range (TIR).

Bianca Fiori | 04/09/2019

Tempo no alvo: uma nova forma de avaliar o controle do diabetes

Durante o Congresso Internacional de Tecnologias Avançadas para Tratar o Diabetes (ATTD, na sigla inglesa), realizado entre os dias 20 e 23 fevereiro de 2019 em Berlim, capital da Alemanha, os especialistas discutiram amplamente sobre o Tempo no Alvo, um novo conceito que visa avaliar o controle do diabetes de uma forma mais coerente. 

O tempo no alvo, ou TIME IN RANGE (TIR), foi o assunto mais discutido no ATTD 2019, tanto é que dedicamos a ele a capa da edição 16 da Momento Diabetes. Um dia antes da abertura oficial do evento, endocrinologistas de diversos países se reuniram para debater especificamente sobre o TIR. Segundo a endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Denise Reis Franco, esse grupo de especialistas chegou a um consenso sobre quais parâmetros médicos deverão ser usados para definir os padrões de glicose em qualquer lugar do mundo.

“No ano passado, foi acordado que o TIR de pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 deve ser uma glicemia na faixa de 70 mg/dL a 180 mg/dL. Nas grávidas, essa meta é mais justa, devido ao cuidado maior que a gestante deve ter para evitar complicações tanto para si quanto para o bebê. O alvo definido para elas é de 66 mg/dL a 140 mg/dL. Em 2019, o consenso determinou que a pessoa deve estar 70% do tempo dentro desses padrões”, explicou Denise. 

O tempo no alvo chegou para revolucionar os padrões até então estabelecidos para saber se o paciente estava com a glicemia controlada ou não. Atualmente, o método mais utilizado pelos profissionais para avaliar isso é o exame de hemoglobina glicada (Hb A1C ou somente A1C), que avalia a glicemia da pessoa nos últimos três meses. Em linhas gerais, uma glicada considerada ideal para quem tem diabetes é até 7%.

“Apesar de o termo tempo no alvo ser uma nova forma, mais certeira e eficaz de avaliar o controle do paciente, o exame de hemoglobina glicada não vai deixar de existir. Há uma correlação entre essas duas formas de avaliação. Por exemplo, uma pessoa que fica 50% dentro da meta glicêmica, tem uma glicada que corresponde a 7,9%, um pouco acima do ideal. Enquanto a pessoa que fica 70% do tempo no alvo (70 mg/dL – 180 mg/dL) tem uma glicada de 7%. Foi justamente por esse motivo que a meta estabelecida no consenso foi de 70%”, resume Denise.

Os laudos dos sensores de glicemia de monitorização contínua (CGM) também virão com o valor de hemoglobina glicada estimada. “A hemoglobina glicada é superimportante para que possamos avaliar os riscos de complicações que o paciente pode desenvolver, caso ele não esteja com a glicemia bem controlada”, explica a endocrinologista da SBD.

Como não poderia ser diferente, todos os produtos apresentados no ATTD 2019 estão de olho no TIR. Na edição 16 da Momento Diabetes explicamos cada um deles. Clique aqui e adquira a sua. 

O tempo no alvo se tornou um parâmetro tão importante que aqui no Brasil, a maior entidade representativa do diabetes, a SBD, chancelou a utilização do TIR “como ferramenta complementar de monitorização do controle, além da HbA1c, no cuidado do paciente com diabetes”. Esse tema, inclusive, será incluído nas novas Diretrizes da SBD 2019-2020, cujo lançamento está previsto para o XXII Congresso da SBD, em Natal, entre 16 de 18 de outubro deste ano.

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