Dados da última pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, alertam que 21,5% dos brasileiros têm obesidade, quase o dobro quando comparado com os últimos 14 anos.
Outra pesquisa feita pelo Ipsos com mais de 22.800 adultos de 30 países destaca que um em cada dois brasileiros engordou e o ganho de pessoa em média foi de 6,1 kg.
Pensando nesta situação, a Coalizão Vozes do Advocacy pediu uma audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa em conjunto com a Comissão de Seguridade e Família para sensibilizar o Ministério da Saúde sobre a importância de rever o Protocolo de Obesidade, publicado em 2020, para que possa efetivamente auxiliar as pessoas com sobrepeso e obesidade.
O protocolo não contou com indicação de qualquer medicamento para as pessoas com obesidade, o que prejudica muito a saúde delas, pois parte deste público não consegue emagrecer só com a alteração da alimentação e da inserção da atividade física com auxílio de psicólogo. Além disso, a audiência também quer destacar que a obesidade é uma doença e não um fator de risco, como está descrito no Protocolo de Obesidade.
O desafio da obesidade
A obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. O seu tratamento precisa ser de longa duração. Para além do controle, é preciso evitar outras complicações que aparecem com o tempo e resultam em uma menor expectativa de vida.
Nas crianças e adolescentes, o excesso de peso costuma causar principalmente doenças do coração, diabetes mellitus tipo 2 e problemas psicológicos. Quem tem obesidade na infância corre mais risco de se tornar um adulto com obesidade.
A condição não é simplesmente uma consequência da falta de força de vontade. Por causa de uma série de fatores (hormonal, inflamatório, medicamentoso, genético), pessoas com obesidade não costumam ficar satisfeitas com a mesma quantidade de comida que as pessoas de peso considerado adequado. Se elas emagrecem, o cérebro entende que o corpo precisa poupar energia, o que acaba ajudando a ganhar peso de novo.
Audiência pública
A audiência pública ocorrerá remotamente na Câmara dos Deputados no dia 6 de julho de 2022, às 15h, no Plenário 12, no Anexo II. O pedido para realização da audiência foi apresentado pela deputada Flávia Morais e apresentado pelo deputado Zacharias Calil e terá a participação da deputada Carmen Zanotto.
Confirmaram presença:
- Vanessa Pirolo, coordenadora da Associação Botucatuense de Assistência ao Diabético e da Coalizão Vozes do Advocacy em Diabetes e em Obesidade;
- Sandra de Castro Barros, secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, do Ministério da Saúde;
- Cíntia Cercato, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO);
- César Luiz Boguszewski, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM);
- Luis Fernando Villaça Meyer, diretor de Operações do Instituto Cordial/Painel Brasileiro da Obesidade (PBO) e
- Antônio Carlos Valezi, presidente Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Para acompanhar o debate, as pessoas poderão acessar, no dia 6 de julho, às 15h, o link: https://edemocracia.camara.leg.br/audiencias/sala/2739/
Referências:
*Federação Internacional de Diabetes: https://diabetesatlas.org/
**Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf
Fonte: assessoria de imprensa da Coalizão Vozes do Advocacy
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