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Diabetes tipo 1 Mãe-pâncreas: uma vida de entrega e superação

Ao descobrir o diabetes no filho ainda bebê, Fernanda mudou de profissão e de vida para garantir a ele um futuro com saúde.   Meu nome é Fernanda […]

| 28/09/2017

Mãe-pâncreas: uma vida de entrega e superação

Ao descobrir o diabetes no filho ainda bebê, Fernanda mudou de profissão e de vida para garantir a ele um futuro com saúde.

 

Meu nome é Fernanda Cristina Carrasco, moro em Arapongas (PR) e sou mãe do Enzo, diagnosticado com diabetes tipo 1 quando tinha apenas 1 ano e 11 meses de idade. Essa descoberta mudou toda a nossa vida e deixou meu mundo, inicialmente, de cabeça para baixo.

Na época, eu havia recebido uma proposta de emprego e, por isso, matriculei o Enzo em uma escolinha. Porém, logo na primeira semana, percebi que algo não estava bem com ele, a começar pelo mau hálito. Liguei para o pediatra e marcamos de fazer o exame de glicemia. O resultado confirmou minha suspeita: meu filho estava com diabetes tipo 1.

O começo foi muito drástico. Como o Enzo era muito novinho, as aplicações de insulina eram feitas no músculo e o teste de glicemia, na sola do pé. Ele tomava insulina NPH pela manhã e injeções de ultrarrápida. Algumas vezes, a glicemia dele caía para 40 mg/dl, o que era muito assustador. Certa madrugada, cheguei a colocar refrigerante na mamadeira dele para reverter a hipoglicemia. Nosso pediatra nos ajudou muito nesta fase, mas a situação estava bem difícil e piorou quando recebemos a dura notícia de que a escola onde o Enzo estava matriculado não iria aceitá-lo mais como aluno, pois não tinha condições de cuidar de uma criança com diabetes. Naquele momento, percebi como o mundo pode ser cruel. Procurei pelo colégio onde eu havia estudado a vida inteira e lá fomos muito bem acolhidos.

Comecei, então, a buscar informações sobre o diabetes tipo 1 e por meio das redes sociais conheci várias mães que também tinham filhos na mesma condição. Carinhosamente chamadas de “mães-pâncreas”, elas me receberam de braços abertos. Além da troca de experiência, circulava muita dica útil sobre tratamento. Certa vez, desesperada por conta das constantes hipoglicemias que o Enzo sofria e também porque ele não engordava, perguntei em um grupo se era melhor ter hipo ou hiperglicemia. Um médico leu a conversa e me convidou para ir até a clínica dele, em Curitiba, fazer um test drive com uma bomba de infusão contínua de insulina.

Assim que o Enzo começou a usar o sistema de infusão de insulina, os episódios de hipoglicemia diminuíram muito. Ele engordou, voltou a crescer e a irritação
passou. Foi uma mudança drástica para melhor! Hoje, meu filho tem 7 anos de idade. Terminou o ano letivo lendo e escrevendo, o que para mim é muito emocionante. Nesse meio tempo, criei o blog meufilhotipo1.blogspot.com.br para ajudar outras mães a lidar com a fase inicial do diagnóstico. Minha primeira faculdade foi medicina veterinária, mas agora estou seguindo outro caminho. Fiz pós-graduação em educação em diabetes, além de cursos como o educando educadores, e estou no último ano da faculdade de nutrição. Também dou palestras sobre diabetes e sinto que minha missão é ajudar aos outros, passando adiante toda minha experiência.

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