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Comportamento Guerreira Naty

Nada pode impedir essa jovem de mudar o mundo. Uma verdadeira batalhadora da causa do diabetes e que vem alcançando cada vez mais pessoas em seu Piquenique […]

| 27/09/2017

Guerreira Naty

Nada pode impedir essa jovem de mudar o mundo. Uma verdadeira batalhadora da causa do diabetes e que vem alcançando cada vez mais pessoas em seu Piquenique Azul. Por Bianca Fiori.

 

Quando tinha apenas um ano de vida, a estudante de Relações Públicas, Nathália Noschese Fernandez de Almeida, 21, foi diagnosticada com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e aprendeu desde cedo a lidar com as restrições alimentares e as picadinhas diárias de insulina, atitudes que ela sempre encarou de forma natural.

Em 2006, aos 10 anos, outra notícia mudaria novamente a vida de Naty. Ela descobriu a doença celíaca, patologia que atinge principalmente o aparelho gastrointestinal e a pessoa não pode comer nenhum alimento que contenha glúten. “A descoberta de ser celíaca mexeu muito comigo, afinal, estava na escola, tinha várias festinhas e acampamentos e eu não podia comer quase nada. Nunca tive esse tipo de privação em relação ao diabetes”, conta.

Mas a luta da guerreira estava apenas começando. Em 2009, a jovem foi diagnosticada com lúpus, doença autoimune que pode ser sistêmica ou cutânea. No caso dela, era os dois. “O lúpus realmente me derrubou. Na época do diagnóstico, entrei em depressão e fiquei entubada, pois ele atingiu meus pulmões, algo raro de acontecer. Em 2012, as erupções na pele começaram a aparecer e agora a doença atingiu minha medula. De uma coisa eu tenho certeza: ela não vai me vencer”, afirma.

O tratamento do lúpus é feito à base de corticoides, imunossupressores e quimioterapia. Essa avalanche de medicamentos mexe muito com todo o corpo e, principalmente, com o diabetes, por isso controlar ambas as condições não é fácil. “Os corticoides aumentam demais a glicemia. Por outro lado, não posso parar com eles, senão o lúpus ataca. É bem complicado”, explica. Só este ano, ela ficou internada cinco vezes. Mesmo com todos esses desafios, Nathália não para.

O outro lado da moeda

Assim que soube do diabetes, a família de Naty começou a frequentar a ADJ Diabetes Brasil, em São Paulo, que dá apoio a pacientes e seus familiares. “A associação foi fundamental na minha vida e de meus pais, pois foi lá que aprendemos a cuidar corretamente do diabetes. Desde muito cedo frequentei acampamentos, cursos e tudo que eles ofereciam. Até que em 2012 deixei de ser acampante e me tornei instrutora”, relata.

Também foi na ADJ que ela fez o curso Jovens Líderes em Diabetes, no qual apresentou um projeto de conclusão que fez o maior sucesso, o Gibietes. “Trata-se de um gibi que eu mesma ilustrei e escrevi para educar as crianças sobre o diabetes”, conta. O projeto, que precisa de patrocínio para ser implantado, chamou a atenção da comunidade internacional e Nathália foi convidada a ingressar no seleto grupo de Jovens Líderes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Em 2015, ela participou do Fórum Mundial da IDF em Vancouver, no Canadá, onde conheceu centenas de jovens que coordenam projetos muito interessantes em diabetes em seus países. “Voltei de lá com a cabeça borbulhando de ideias”, diz.

Assim, no dia 26 de junho de 2016, ela criou o Piquenique Azul para reunir os amigos doces dos tempos de acampamento da ADJ. Trinta pessoas compareceram no primeiro evento. No segundo, foram sessenta, depois 170 e a quinta edição, a mais recente que aconteceu em março, atraiu mais de 400 participantes. “O Piquenique virou um marco. Muita gente pergunta quando será o próximo. É uma oportunidade de falar e ensinar sobre o diabetes de maneira leve e gostosa. Há dinâmicas, atividades de recreação, palestras com profissionais de saúde, materiais didáticos e sorteios de vários produtos superimportantes para quem tem diabetes”, comemora.

O Piquenique Azul acontece no Parque Villa Lobos, na capital paulista. No dia 20 de agosto, será realizado no Rio de Janeiro e, em outubro, será a vez de Minas Gerais receber o evento. “Não é uma competição de quem faz mais pelo diabetes. É a união de todos nós que forma uma imagem positiva da disfunção, afinal juntos somos mais fortes. E nada, nem o diabetes, nem a doença celíaca ou o lúpus podem me impedir de querer mudar o mundo”, afirma.

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