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Notícias Descoberta da insulina: marco histórico no tratamento do diabetes

Quase 100 anos atrás acontecia um fato incrível na medicina que mudaria a vida de milhões de pessoas com diabetes: a descoberta da insulina.

Bianca Fiori | 12/08/2019

Descoberta da insulina: marco histórico no tratamento do diabetes

Em 1921, chegamos então na data mais importante relacionada à evolução no tratamento do diabetes. Isso porque no Canadá, o médico Frederik Banting e seu colega, o médico bioquímico Charles Best, iniciaram um estudo em cães, no laboratório do fisiologista J.J.R. MacLeod, com o objetivo de comprovar uma determinada teoria e acabaram descobrindo e isolando a insulina.

A partir daí, as coisas só melhoraram e no ano seguinte, em 1922, aconteceu o primeiro tratamento com insulina num paciente, no Toronto General Hospital, uma equipe médica liderada por Banting prescreveu 15 ml de injeção do extrato pancreático ao adolescente Leonard Thompson, de 14 anos, que se encontrava internado em estado clínico crítico devido ao diabetes. A melhora de Thompson foi tão rápida que chegou a ser considerada um milagre.

Já no ano seguinte, em 1923, a insulina passou por processos de melhora e refinamento. Banting e Macleod receberam o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia e no mesmo ano, a insulina passou a ser produzida em larga escala pela Eli Lilly and Company of Indiana.

A primeira insulina a ser comercializada foi a regular ou “R”, que devido ao seu efeito de curta duração, exigia três a quatro aplicações diárias para obter um bom controle glicêmico.

Em 1924, então, começam as atividades da clínica de Gravidez Joslin, pela doutora Priscilla White, já que nessa época, mais da metade dos bebês nascidos de mães portadoras de diabetes não sobreviviam. Como os estudos não aconteciam com tanta agilidade como hoje, apenas meio século depois, White conseguiu atingir uma taxa de 90% de sobrevivência de seus pacientes.

 

Longa duração

Em 1936, foi então descoberto um novo mecanismo capaz de prolongar o efeito da insulina. Hans Hagedorn e colegas descobriram que a adição de protamina tornava os efeitos da insulina injetada prolongada. Foi neste momento que a insulina de duração prolongada recebeu o nome de “Neutra Protamina Hagedorn”, conhecida hoje, como a famosa NPH.

Só em 1948, então, que os médicos chegaram ao entendimento de que a hiperglicemia estava diretamente ligada às doenças dos vasos sanguíneos.

E os cientistas da Escola de Medicina de Harvard, Ernest Millard e Howard Root, observaram que pacientes com diabetes que tinha a glicemia alta desenvolviam retinopatia mais grave do que os outros.

No ano seguinte, então, era possível que estudos mais complexos fossem realizados e o médico Rachmiel Levine descobriu como acontecia o funcionamento da insulina, como uma chave, abrindo a porta das células para a entrada da glicose, fonte de energia.

A pesquisa de Levine foi a abertura para que acontecesse o desenvolvimento de novos medicamentos para tratar o diabetes tipo 2.

Naquele mesmo ano, a empresa Becton Dickinson and Company (BD) começou a produção de uma seringa de insulina padrão concebida e aprovada pela Associação Americana de Diabetes, o que também é considerado um grande marco, já que a seringa reduziu os erros de dosagem e os casos de hiperglicemia e hipoglicemia.

 

E a alimentação?

Foi em 1950 que a Associação Americana de Dietéticos (ADA), junto do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos criou um plano de refeição que dividiu os alimentos em seis grupos, ou trocas, baseados no calorias, carboidratos, proteínas e gordura em cada porção de alimento.

Este foi então o primeiro passo para a contagem de carboidratos, uma vez que o plano mostrou o impacto da composição das refeições nos níveis de glicose e se tornou uma componente chave da gestão de diabetes. A partir dali, a alimentação da pessoa com diabetes passou a ser vista de uma outra forma.

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