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Notícias Descanso para a barriga: como evitar a lipohipertrofia

Aplicar insulina sempre na mesma região do corpo pode causar dores, lesões e descompensar a glicemia.

Redação | 14/10/2019

BD APRESENTA 


Depois de quase duas décadas convivendo com o diabetes tipo 1, a gerente de vendas Monica Santos, de São Bento do Sapucaí (SP), descobriu os perigos que corria por não fazer o rodízio da região do corpo na hora de aplicar a insulina.

A bandeira vermelha levantou quando a jovem, adepta de esporte e dona de um corpo sarado, percebeu que não conseguia ter uma barriga chapada, mesmo malhando com afinco.

“Certo dia notei que na área próxima do meu umbigo havia uma saliência, como se fosse um pãozinho. Isso me incomodou, mas como nas consultas a minha médica sempre apalpava esse local e nunca identificou nenhum caroço ou depressão, fiquei menos preocupada. Aliás, ela sempre me perguntava se eu fazia o rodízio das aplicações de insulina e eu respondia que sim”, conta a jovem, que é autora do blog Diabetes em Família Oficial.

Porém, Monica, que faz terapia com múltiplas doses de insulina diariamente, estava errando em um detalhe importante: ela nunca dava descanso para o abdômen. Um dia Monica aplicava insulina do lado esquerdo da barriga e no outro, injetava no lado direito. Por isso, as primeiras lesões, chamadas de lipohipertrofia, começaram a aparecer nessa região. 

Segundo especialistas, além do abdômen, é possível aplicar insulina nos braços, nas nádegas e nas coxas, e é fundamental revezar esses lugares para evitar as lesões. Monica só ficou sabendo que o tal “pãozinho” era nocivo quando participou do curso Educando Educadores, da ADJ Diabetes Brasil, onde teve uma aula sobre lipohipertrofia (também chamada de lipodistrofia) e viu lesões parecidas com as dela em um boneco da BD que havia na sala. 

Depois da descoberta, a gerente de vendas buscou orientações sobre como tratar o problema. “Fui orientada pela equipe médica a deixar de fazer aplicação de insulina no local afetado por no mínimo quatro meses, para que essa região descansasse. Não foi fácil, pois eu já estava muito acostumada. Comecei então a me aplicar na parte superior do bumbum, nas laterais externas da coxa e no flanco, o famoso culote, onde nunca havia aplicado insulina na vida”, revela. Nove meses depois, o “pãozinho” de barriga diminui de Monica já diminuiu cerca de dois terços.

 

Quem ama, alerta 

A engenheira Fabiana de Luna, 35 anos, já usou diversos tipos de insulinas desde o diagnóstico da doença, em 1993. O que ela não mudou durante boa parte desses anos convivendo com o diabetes foram os locais de aplicação de insulina.

“Eu trabalho sentada, então, naturalmente, o lugar mais fácil para aplicar o hormônio é a barriga. Como sou destra, o lado esquerdo, era sempre o mais escolhido”, diz a mineira que vive em Campinas (SP). Por causa disso, ela desenvolveu uma lipohipertrofia. “Um dia, comecei a sentir dores na região onde aplicava a insulina e notei que havia muitos caroços no local. Percebi também que um lado da minha barriga estava maior do que o outro e que a minha glicemia ficava bem descompensada quando aplicava insulina na barriga”, explica. 

Na tentativa de amenizar as dores, a engenheira, que tinha o hábito de fazer drenagem linfática, fez o procedimento no local dos nódulos, por indicação de um fisioterapeuta. Além disso, o profissional também sugeriu sessões de ultrassom para ajudar a reduzir os nódulos. 

Hoje, anos depois, Fabiana aprendeu que se tivesse feito o rodízio nos locais de aplicação poderia ter evitado o surgimento dos caroços e ensina a irmã, que também tem diabetes tipo 1, sobre a importância do rodízio. “Não quero que aconteça com ela o que aconteceu comigo, por isso explico e fico em cima”. 

Como fazer o rodízio 

Para evitar lesões na pele, o desenvolvimento de nódulos duros e depósitos de gordura, é importante revezar as regiões do corpo (abdômen, braços, coxas e nádegas) e fazer rodízio dentro de uma mesma área de aplicação, como na figura. Você pode dividir cada região em pequenas partes com distância mínima de 1 cm (um ou dois dedos), formando vários pontos distintos em cada região de aplicação e mudar o ponto a cada aplicação.

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