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Diário de Bordo Bailarina com diabetes tipo 1 conquista vaga em concurso internacional de dança

A jovem cearense Amanda de Paula Lima, foi classificada para competição que acontece nos Estados Unidos nos dias 11 e 19 de julho e precisa de apoio para a viagem.

Sarah Almeida | 02/07/2019

Em geral, uma bailarina treina de 8 a 12 horas por dia e encara apresentações muitas vezes longas e exaustivas aos finais de semana. A jovem cearense Amanda de Paula Lima, 16 anos, sabe muito bem como é essa rotina, que, no caso dela, tem um adicional. Além dos estudos no Ensino Médio, a jovem ainda precisa conciliar o ballet, sua paixão desde criança, com o diabetes tipo 1, diagnosticado aos 10 anos de idade.

O diabetes atinge pelo menos 16 milhões de brasileiros. O tipo 1, doença de Amanda, acarreta 10% das pessoas diagnosticadas e acontece devido a um ataque do sistema imunológico às células beta, responsáveis pela produção da insulina no nosso organismo. Quando falta insulina no corpo, a taxa de glicose no sangue aumenta. Se não for controlada a tempo, pode desencadear uma série de problemas, como hipoglicemia, no curto prazo, e complicações graves no longo prazo.

Por isso, Amanda não perde de vista o controle glicêmico. Ela sabe que precisa manter o diabetes nos eixos para poder dançar. Desde os cinco anos de idade, ela vem conquistando seu espaço e foi a partir de um projeto social que conseguiu bolsa de estudos para aprimorar suas habilidades artísticas. Especializou-se no jazz, no hip hop e no sapateado e chegou a ganhar o prêmio de vice-campeã cearense na modalidade de ginástica rítmica.

A rotina da adolescente, entretanto, ficou mais densa após o diagnóstico. Além das viagens junto à escola de dança, dos treinos e das apresentações, Amanda também precisa aplicar insulina várias vezes ao dia, medir a glicemia e não pode se descuidar da alimentação. A mãe explica que administrar o tempo é a parte mais complicada.

“Os ensaios são constantes e deixam o tempo apertado para alimentação. Eu também me preocupo com os estudos dela, pois ela chega tarde em casa e mesmo com a rotina puxada ainda tem que estudar e fazer tarefas”, diz a dona de casa Ivaneide de Paula Lima, 50 anos. “Apesar das dificuldades, ela dá tudo de si”, afirma a mãe orgulhosa.

 

Adaptação pós-diagnóstico

Para Amanda, uma das partes mais difíceis do diagnóstico foi a adaptação. Embora muito nova na época, ela passou pela fase da negação, principalmente porque pensou que o sonho de ser bailarina profissional seria interrompido. “Quando descobri o diabetes, eu chorava várias vezes, pensava que ia precisar parar de dançar e não queria ficar me furando várias vezes por dia. Só com o tempo fui percebendo que dá pra viver tranquilamente com o diabetes”, conta.

Além da adaptação do tratamento, o condicionamento físico também foi um desafio para Amanda, que percebeu que estava engordando por causa da insulina e ficou preocupada, visto que na dança a boa forma física faz diferença.

Acontece que, geralmente, pessoas com diabetes perdem muito peso antes  do diagnóstico, devido à ausência de insulina no corpo. A insulina é um hormônio que facilita a entrada da glicose (energia) nas células. Sem ela, as células deixam de ser alimentadas e a perda de peso acontece. Assim, quando o paciente descobre o diabetes e começa o tratamento com insulina, é normal ganhar algum peso.

Hoje, Amanda faz acompanhamento com endocrinologista e nutricionista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e sabe que o diabetes não pode impedi-la de lutar pelos sonhos. “Quero levar a dança pra vida toda, pois é realmente o que eu mais amo fazer”, afirma a jovem.

 

Concurso nos Estados Unidos

Amanda foi classificada, junto com sua turma de dança, para participar do The Dance Awards, competição internacional que ocorre anualmente em Orlando e Las Vegas, nos Estados Unidos. Ela está com viagem marcada para a terra do Mickey no dia 5 deste mês (julho), porém precisa de apoio financeiro para conseguir custear a viagem.

O concurso, que acontece entre os dias 11 e 19 de julho, dará à Amanda a chance de participar de cursos e concorrer a bolsas de estudo internacionais, além de participar de exibições em duo e conjunto de jazz e de hip hop, que valem troféus e medalhas.

Quem tiver interesse em ajudar a doce bailarina pode entrar em contato com a mãe de Amanda, Ivaneide de Paula Lima, pelo número (85) 98769-5384.

 

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