Você conhece a música “Cotidiano” de Chico Buarque, que diz: “todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às 6 horas da manhã”? Quero começar nosso bate-papo de hoje com essa reflexão: mesmo que nossas vidas fossem como música e poesia, e fizéssemos “tudo sempre igual” todos os dias, ainda assim, o gerenciamento do diabetes seria imprevisível e diferente. Essa imprevisibilidade pode gerar um sentimento de fracasso ou de impotência que detonaria qualquer esforço bem-intencionado, afinal, quando nos esforçamos em relação a algo, o mínimo que esperamos alcançar é um bom resultado.
Porém, nem sempre é o que encontramos quando se trata do controle do diabetes. Um estudo feito por Adam Brown, autor americano do livro “Bright Spots & Landmines: The Diabetes Guide I Wish Someone Had Handed Me”, algo como “Sucessos e dificuldades: o guia sobre diabetes que eu gostaria que alguém tivesse me dado”, sugere a existência de mais de 42 fatores, entre biológicos, emocionais, alimentares, ambientais, entre outros, que afetam a glicemia, fazendo-a subir ou cair.
Nenhum desses fatores é totalmente controlável, por mais que tenhamos conhecimento sobre o assunto. Por exemplo, podemos conhecer os benefícios da contagem de carboidratos, da alimentação saudável e da atividade física, mas isso não significa que conseguiremos colocar em prática o tempo todo. Mesmo assim é impossível manter a glicemia sob controle todos os dias, porque nossa vida é dinâmica e outros fatores interferem nela. Portanto, é comum sentir que estamos falhando e ficarmos cansados com isso. Nessas horas, é importante reconhecer a situação e a nossa humanidade.
Fonte: Revista Momento Diabetes nº 34.
***Texto escrito pela Fabiana Couto, colaboradora da revista Momento Diabetes, e publicado na edição 34.
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