Por Raquel Domingueti*
O Ministério da Saúde iniciou em setembro a distribuição de canetas reutilizáveis para aplicação de insulina NPH e regular. Todos os Estados brasileiros foram contemplados com 321,4 mil. Até outubro, mais 2,2 milhões de unidades serão entregues, totalizando 2,5 milhões de canetas que abasteceram as secretarias de saúde dos Estados. Conforme o Ministério da Saúde, a nova remessa garante o abastecimento nacional para o tratamento do diabetes pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Paralelamente, também foram distribuídos 62 milhões de unidades de insulina em 2025. Mais 7,6 milhões de unidades da medicação devem ser enviadas ainda neste ano. Para garantir o manuseio correto das canetas, o Ministério da Saúde vem promovendo treinamentos virtuais e disponibiliza cartilhas de orientação.
“A entrega das canetas reutilizáveis contribui para ampliar a adesão ao tratamento e reforça o compromisso do SUS com os pacientes. No caso da insulina, a rede pública de saúde está devidamente abastecida, mesmo diante da restrição global na produção do medicamento. O Ministério da Saúde recorreu à compra internacional diante da falta do produto no mercado interno. O acesso da população está garantido durante todo o ano”, afirma o coordenador geral da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, Rafael Poloni.
O que muda com as canetas reutilizáveis
No Brasil, os pacientes usam os modelos de canetas descartáveis há décadas, que já vem preenchidos com insulina. O refil do medicamento fica acoplado na caneta até o uso da última dose. Depois do uso a caneta inteira é descartada.
Com as novas canetas reutilizáveis, o paciente utiliza um tubete (refil) de insulina de 3 mL. Quando as doses acabam, basta trocar o tubete. Ou seja, o paciente pode usar a mesma caneta por até 3 anos, se não for danificada. Em caso de perda, é preciso fazer um Boletim de Ocorrência para justificar a reposição.
A caneta reutilizável é indicada para administração das insulinas NPH.
Tratamento integral do diabetes
É pela Atenção Primária à Saúde que os pacientes que convivem com diabetes passam a ter acompanhamento contínuo pelo SUS, por meio de equipes multiprofissionais.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e maio de 2025 mais de 12,5 milhões de pessoas foram atendidas para acompanhamento e tratamento da doença nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Hoje o SUS disponibiliza quatro tipos de insulinas: insulinas humanas NPH e regular e insulinas análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais e para diabetes mellitus.
* Raquel Domingueti é jornalista e integrou a equipe da Momento Diabetes entre os meses de julho e setembro de 2025.
