Há três edições, iniciamos aqui na Momento Diabetes uma jornada movida a pedaladas. Trouxemos relatos de pessoas com diabetes que aprenderam a controlar a glicemia andando de bicicleta, além de explicações de profissionais sobre os benefícios do ciclismo para a saúde. Nesta última edição da série sobre bike e diabetes, vamos conhecer não uma, mas duas histórias que possivelmente deixarão você com vontade de dar ao menos uma voltinha com a magrela.
A primeira delas é a do Luciano Martins, que faz parte do projeto Insulina Ativa Team (ainda não conhece? Siga o perfil lá no Instagram @insulinaativateam). Já a segunda história foi enviada para a nossa redação pelo policial militar Alexandre Silva, depois de ler a revista e se identificar com as aventuras dos nossos entrevistados. Então, “bora” lá conhecê-los!
COMO INSERI O PEDAL NA MINHA ROTINA
Meu nome é Luciano Viera Martins, descobri o diabetes tipo 1 (DM1) já tardio, com 23 anos, portanto convivo com ele há 18 anos.
Depois de finalizar a faculdade e ter um tempo a mais de sobra, comecei a praticar corrida. Iniciei com 5 km, depois 10 km, 21 km rumo à sonhada maratona (42 km), mas me lesionei e tive que parar com a corrida até recuperar. Fui aconselhado a voltar a nadar. Estava realizando os treinos, mas sem a motivação de antes. Foi aí que resolvi tentar pedalar! Treinar em ambientes abertos, poder conversar e confraternizar com outras pessoas me animaram a voltar para a bike.
Comprei uma road, essas bicicletas para competição de ciclismo de estrada, comecei a treinar com ela e tive o mesmo entusiasmo que tinha correndo. Passei a treinar com amigos em dias diversos até iniciar um treinamento personalizado para ciclismo. Como na corrida, fui também aumentando a distância e gostando. Rotina ajustada para o ciclismo e a natação.
Pedalar me faz muito bem, tanto para o lado emocional, quanto para a saúde do corpo. Construir este hábito fez com que eu tivesse uma rotina mais plena. Minha glicemia se comporta muito bem quando estou no pedal e muitas vezes até preciso reduzir a dose injetada. Na bike, temos a vantagem de poder levar diversos itens para regular nossa glicose, caso seja necessário. Tem os bolsos da camisa de ciclismo, espaço para garrafinhas, entre outras coisas. Sempre tive medo das hipoglicemias, então acabo levando mais “comida”, como gel e isotônico, por questão de segurança.
Este gosto pelo pedal me fez resgatar um sonho de criança. Iniciei o triathlon para tentar finalizar um Ironman. Adquiri uma nova bike para o esporte e treinei muito ciclismo para fazer os 180 km de pedal que havia que completar a prova.
Em 2017 fiz meu primeiro Ironman. Realizei um ótimo pedal, levei meu glicosímetro para medir a glicemia durante a prova, mas deu tudo certo, percorri a distância muito bem. Saí para correr muito feliz. Gosto muito de pedalar e acredito que todos que tiverem a oportunidade de provar esta modalidade de esporte terão a mesma sensação. Comece sem pretensão alguma, sem tempo, sem distância definida, apenas para passeio. Para nossa saúde já será um imenso prazer!
Leia mais da matéria na edição 31 da Momento Diabetes.
Fonte: Revista Momento Diabetes nº 31. Confira na nossa loja virtual.
***Texto escrito pela Letícia Martins, diretora de redação da revista Momento Diabetes, e publicado na edição 31.
