Esses dias fui provocada a responder qual a melhor definição que eu tinha ouvido para a pergunta acima. Pensei bastante e cheguei até a resgatar esta edição da revista Momento Diabetes de 2018, quando escrevi a matéria “Diabetes infantil: o início de uma nova vida”.
Nesta matéria, trouxe depoimentos de 5 mães-pâncreas sobre o diagnóstico. Por coincidência, nesta mesma edição (nº 08), a nutricionista Martha Amodio estreava como coordenadora do caderno Momento Delícia, iniciando uma bela parceria que já se excedeu para a área da amizade.
A mesma Martha foi quem me fez a pergunta do início deste texto e conduziu o painel “Do luto à luta: histórias inspiradoras de mães-pâncreas”, no evento G7 Summit que ocorreu na capital paulista, com transmissão online.
No evento, Martha resumiu: ser mãe-pâncreas não é redundante. É impressionante!
A seguir, compartilho com vocês o texto na íntegra e o dedico a todas as mães-insulina de plantão:
“Mãe-pâncreas é a mulher que, além de todas as responsabilidades próprias da maternidade, ainda assume o papel vital de um órgão humano.
Quando o pâncreas, um órgão que ninguém lembra dele no dia a dia, deixa de produzir insulina, alguém terá que dar conta do recado, terá que aprender como ele funciona para tentar fazer igual.
A opção é somente esta: aprender a função de um pâncreas para salvar a vida do filho. E adivinha? O pâncreas humano funciona 24 horas por dia, logo a mãe-pâncreas não tem descanso.
Dia, noite, madrugada, está ela lá, ao lado do filho medindo a glicose, aplicando insulina ou insistindo para ele se alimentar.
Assim, acredito que ser mãe-pâncreas é uma redundância absurda, porque já é natural de uma mãe amar, cuidar, vigiar e ensinar o filho a viver.
Ao assumir o papel que era específico de um órgão humano, essa mulher fará tudo o que é próprio da maternidade mas em dobro, ao infinito talvez.
E acaba assumindo não só o papel do pâncreas, mas vários, pois ela passa a ser educadora, médica, nutricionista, psicóloga, personal trainer e tantas outras profissões no dia a dia para cuidar do filho e empoderá-lo para o mundo.
Na verdade, ser mãe-pâncreas não é redundante. É impressionante mesmo.”
E você, o que pensa sobre o assunto?