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Notícias História do diabetes: do primeiro diagnóstico às mudanças na alimentação

Observar o passado e perceber a evolução do conhecimento e da forma de tratar o diabetes pode ser uma ótima maneira de acreditar em melhorias futuras e não perder o ritmo da caminhada nas terapias.

Bianca Fiori | 09/08/2019

História do diabetes: do primeiro diagnóstico às mudanças na alimentação

Atualmente, existem diversos métodos para diagnóstico e tratamento do diabetes, mas nem sempre foi assim. Na época dos primeiros registros do diabetes, na era antes de Cristo (a.C.), até 1920, quando foi descoberta a insulina, muita gente morria por conta das complicações da doença.

Nós vamos contar como tudo aconteceu até os dias de hoje, e você está convidado para embarcar nesta viagem!

 

Marco Zero

O registro mais antigo que existe sobre diabetes foi encontrado no Egito em 1552 a.C., no Papiro de Ebers, e se trata de um conjunto de documentos médicos da terceira dinastia egípcia, escrito por Hesy-Ra.

Segundo o documento, após examinar um paciente que urinava excessivamente, Hesy-Ra prescreveu a ele uma dieta alimentar de carne de urso, frutas, grãos e mel, tratamento que promoveu um certo alívio ao paciente.

O termo “Diabetes”, porém, só apareceu pela primeira vez na Grécia antiga, em 250 a.C. Durante séculos, os historiadores misteriosamente associavam a palavra diabetes aos aquedutos romanos, já que diabetes vem da palavra grega “sifão”, mas, anos mais tarde, os pesquisadores relacionaram o termo com um tubo que drena o excesso de líquidos e de açúcar do corpo, com base na percepção de que pessoas com aquela doença pareciam perder litros de líquido na urina com tanta rapidez que não conseguiam saciar a sede.

Ainda naquela época, os médicos provavam a urina do paciente para saber se ela estava adocicada para auxílio no diagnóstico, o que levou a palavra latina mellitus, que significa mel, a ser incorporada à doença, que passou a se chamar Diabetes Mellitus.

O diagnóstico

A próxima evolução significativa então, foi o fato de que a partir do século XI, os médicos que suspeitavam de diabetes em seus pacientes passaram a colher a urina deles em um recipiente, misturar em água e deixar em repouso por algumas horas, o diagnóstico era então confirmado quando o recipiente atraia formigas.

Este método, como vocês sabem, não é mais utilizado, já que no fim do século XII, foi desenvolvido o primeiro exame químico de urina. Mesmo com mudanças notáveis, o progresso nos estudos relacionados ao diabetes só aconteceu no século XVII.

Na busca por tentar descobrir por que algumas pessoas tinham açúcar demais na urina, o médico britânico Thomas Willis propôs uma dieta rica em carboidratos e pobre de calorias, incluindo leite, cevada, água e pão, enquanto o cirurgião, também britânico, John Rollo documentou que o excesso de açúcar nos pacientes não estava presente apenas na urina, mas também no sangue.

Anos mais tarde, então, o médico francês Appolinaire Bouchardt promoveu o regime alimentar individualizado nos pacientes com diabetes após perceber a diminuição de glicosúria (açúcar na urina) durante o racionamento de comida na guerra franco-germânica.

Depois disso, o conhecimento científico avançado no diabetes finalmente foi alcançado, quando em 1869, um patologista alemão chamado Paul Langerhans identificou dois sistemas de células no pâncreas.

Tempos depois, essas células passaram a ser chamadas de ilhotas de Langerhans em homenagem ao patologista. O próximo passo valioso para conhecer melhor o diabetes aconteceu em 1889, quando os médicos polonês e alemão estabeleceram a relação entre o pâncreas e o diabetes e em 1901, o médico Eugene Opie, provou a relação entre as ilhotas de Langerhans e o diabetes.

 

Anos de ouro

No início dos anos 90, uma série de tratamentos inusitados ocorreu, todos eles estavam relacionados à alimentação, e incluíam café, farinha de aveia, ópio, dietas à base de carne bovina, entre outros.

Os médicos prescreviam regimes rigorosos de produtos de origem animal semelhante à dieta dos esquimós, já que neste público existia uma baixa incidência de diabetes.

Em 1908, o cientista alemão George Zuelzer então, desenvolveu um extrato prancreático injetável, o qual acabava com a glicosúria, porém com efeitos colaterais graves, a experiencia, porém, mostrou que a medicação injetável podia ser uma solução em potencial para o diabetes.

Alguns anos mais tarde, os doutores Frederik Madison Allen e Elliot Joslin surgiram como líderes da nação especialistas em diabetes e o tratamento do diabetes evoluía com as publicações dos estudiosos. Joslin foi o responsável por definir o diabetes como uma doença crônica, não contagiosa, que evoluía sem dor e que era passível de tratamento.

Em 1921, algo incrível aconteceria na história e mudaria a vida de milhões de pessoas com diabetes: a descoberta da insulina. Mas isto nós contaremos num próximo post. Aguarde!

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