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A era do engajamento chegou: como o automonitoramento contínuo pode melhorar a saúde de quem tem diabetes tipo 2.

Sheila Vasconcellos | 29/09/2021

***Texto escrito pela Sheila Vasconcellos, colaboradora da revista Momento Diabetes, e publicado na edição 29.

Você prefere andar de olhos abertos ou fechados? Certamente sua resposta foi a primeira opção, não é? Afinal, precisamos enxergar o que está à nossa frente para nos sentirmos seguros. Com o controle do diabetes tipo 2 acontece o mesmo. Saber como nosso organismo funciona no dia a dia nos ajuda a tomar decisões melhores para corrigir eventuais descaminhos e voltar para a estrada no sentido certo. “Mas, Sheila, no caso do diabetes tipo 1 é a mesma coisa, por que você citou apenas o tipo 2?” Se esta pergunta passou pela sua cabeça, fi que tranquilo, você está certo.

Tenho diabetes tipo 1 (DM1) há 36 anos e conheço muitas pessoas com a condição. Sabemos que os DM1 geralmente medem a glicemia mais de uma vez por dia, já que precisam aplicar insulina várias vezes. No entanto, isso nem sempre acontece com os pacientes com diabetes tipo 2 (DM2), visto que nem todos usam insulina. Por isso, este texto está focando em DM2, mas claro que todo mundo pode se sentir incluído e aprender com ele, ok?

Bom, durante muito tempo, era impossível saber como andava a nossa glicemia. Imagina que, em um passado não muito distante, os pacientes tinham uma ideia se estavam com hiperglicemia por meio da urina. Formigas no banheiro, por exemplo, era sinal de que a pessoa estava com diabetes.

Com o tempo, surgiram as fitas reagentes que, através da leitura de uma pequena gota de sangue, revelam como está a taxa de açúcar no sangue pelo número exibido na tela do glicosímetro. Com esta informação, o médico consegue saber se o tratamento está funcionando ou não.

A tecnologia avançou ainda mais. Já não é preciso usar nem urina, nem sangue para saber como está o diabetes. Há 5 anos, chegou ao Brasil o FreeStyle Libre, um sensor para o monitoramento instantâneo da glicose que se mantém aplicado na pele por 14 dias. A leitura da glicose é feita através do líquido intersticial e a grande vantagem deste sistema é que o paciente consegue saber a tendência da glicemia, ou seja, se ela está caindo, subindo ou se mantém estável por meio de um aparelho que escaneia com o sensor ou com o próprio smartphone.

Para o endocrinologista Domingos Malerbi, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) na gestão 2020/2021 e do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o automonitoramento contínuo da glicemia revela o perfil metabólico do paciente. “Tem pessoas que são mais sensíveis à insulina de manhã, enquanto outras são à noite, e há aquelas que possuem mais resistência à insulina em determinada hora do dia. É muito variável. Então, o indivíduo aprende como funciona seu organismo fazendo a automonitorização contínua. É um processo educativo”, explica Dr. Malerbi.

Segundo o médico, essas informações geralmente não são detectadas se a pessoa faz a monitorização na ponta do dedo por duas ou três vezes ao dia – o que já é muito difícil alcançar em um paciente com o diabetes tipo 2 em uso de medicação oral. “Qualquer indivíduo com diabetes que monitora a glicemia de forma contínua, mesmo sem fazer ajuste no tratamento, já consegue uma redução de hemoglobina glicada de 1 a 1,5%”, revela.

Leia mais da matéria na edição 29 da Momento Diabetes.

Fonte: Revista Momento Diabetes nº 29. Confira na nossa loja virtual.

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