Saiba a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica.
Por Priscila Horvat*
Neste Dia Mundial do Rim, celebrado em 13 de março de 2025, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) lança a campanha “Seus rins estão ok? Faça exame de creatinina para saber”, enfatizando a necessidade de conscientização sobre a Doença Renal Crônica (DRC) e a importância de exames preventivos para um diagnóstico precoce.
Os rins desempenham um papel de extrema importância no organismo, atuando como filtros que removem resíduos e excessos de substâncias do sangue, além de regularem o equilíbrio de líquidos e eletrólitos. A DRC é caracterizada pela perda gradual e irreversível da função renal, muitas vezes evoluindo de forma silenciosa até estágios avançados. Fatores de risco como diabetes, hipertensão, obesidade e histórico familiar aumentam a predisposição ao desenvolvimento da doença.
A creatinina é um subproduto do metabolismo muscular, eliminado pelos rins. A dosagem de creatinina no sangue é um indicador essencial da função renal. Níveis elevados podem sinalizar comprometimento dos rins, mesmo antes do aparecimento de sintomas mais evidentes. Portanto, a realização periódica desse exame é fundamental para a detecção precoce da DRC.
Sintomas e fatores de risco
O problema de ter alguma doença considerada ‘comum’ é que não se dá a devida atenção a ela. Só que, a longo prazo, ela pode ser a porta de entrada, ou um fator de risco, para desencadear outras doenças. Esse é o caso da hipertensão, por exemplo. Quanto mais alta estiver a pressão arterial, maior o risco de der os rins doentes. Também é importante destacar que a grande maioria dos pacientes com DRC tem duas ou mais doenças combinadas (veja ‘sintomas inespecíficos’ no quadro acima), dobrando os fatores de risco. Por exemplo, um paciente idoso com hipertensão.
Estágios da doença e tratamento
Um dos problemas com a DRC é o diagnóstico tardio, já que ela pode demorar entre 8 e 15 anos para aparecer. Porém, é extremamente simples fazer o rastreio e o diagnóstico da doença, que precisa apenas de dois exames fundamentais: um de sangue, para medir a taxa de creatinina, e o de urina, para averiguar a relação albumina creatinina urinária.
Com o resultado dos exames, o médico avalia em qual estágio da doença o paciente está. Existem cinco estágios da DRC, porém, dos estágios um a quatro, é possível fazer o tratamento com modificação no estilo de vida aliada aos medicamentos:
Quando o paciente chega no estágio 5, significa que a doença já é crônica, e que não tem reversão. Com o tratamento, é possível acompanhar pequenas flutuações da creatinina, mas não é possível reverter o que já foi perdido. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante. Por a DRC ser praticamente assintomática até em seus estádios mais avançados, o paciente só percebe que os rins perderam sua função quando ele já estiver muito perto de precisar fazer a diálise.
Prevenção e cuidados
Para manter a saúde renal e prevenir a DRC, a Sociedade Brasileira de Nefrologia recomenda:
- Hidratação adequada: ingerir a quantidade suficiente de água diariamente auxilia na função renal;
- Alimentação balanceada: adotar uma dieta equilibrada, com baixo teor de sal e gorduras, contribui para a saúde dos rins;
- Atividade física regular: praticar exercícios físicos ajuda no controle de peso e na manutenção da pressão arterial;
- Monitoramento de doenças crônicas: controlar outras condições, como diabetes e hipertensão, é muito importante para sempre manter o alerta para a prevenção da DRC;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de medicamentos pode prejudicar a função renal.
A Doença Renal Crônica é uma condição séria que pode ser silenciosa em seus estágios iniciais. Por isso, a prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar complicações graves. Neste Dia Mundial do Rim, a mensagem é clara: cuide de seus rins realizando exames simples e adotando hábitos simples e saudáveis.
*Priscila Horvat é jornalista com foco em saúde e integra a equipe da Momento Diabetes.
